Bolsa cai mais de 1% com inflação acima do esperado; dólar sobe a R$ 4,995
Da Redação | 08/02/2024
O Ibovespa caiu 1,33% e chegou hoje aos 128.216,92 pontos, no segundo pregão consecutivo de perdas. No mês, porém, o principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3) ainda acumula ganhos de 0,36%.
Já o dólar emendou sua segunda alta seguida, esta de 0,54%, e fechou o dia vendido a R$ 4,995. Em fevereiro, a moeda americana registra valorização de 1,16% frente ao real.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa Portal de Notícias MS, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, a referência é o dólar turismo, e o valor é bem mais alto.
Inflação de janeiro no Brasil veio acima do esperado pelo mercado. O IPCA desacelerou para 0,42% no mês passado, superando a expectativa de alta de 0,34%, segundo pesquisa da Reuters. “De forma geral, a inflação segue controlada, mas há alguns sinais de alerta; a composição do IPCA teve uma leve piora qualitativa”, disse à agência Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research.
Na contramão, falas de diretores do Fed têm impulsionado o dólar. Na véspera, autoridades do Federal Reserve (Banco Central dos EUA) reforçaram a posição de que são necessários mais dados para entender a trajetória da inflação e, assim, começar a baixar os juros. Esse posicionamento contribui para reduzir as apostas de que os cortes começarão em março e dá suporte ao dólar globalmente.
Alta dos preços não deve afetar os planos do BC para os juros. Com a inflação dando “sinais de alerta”, embora ainda controlada, participantes do mercado acreditam que o Copom (Comitê de Política Monetária) vai optar por manter o atual ritmo de cortes de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros (Selic), hoje em 11,25% ano.
Manutenção do atual ritmo de queda da Selic beneficia o real. Os juros altos no Brasil mantêm a atratividade do real para o investidor estrangeiro que faz “carry trade”. É uma estratégia que consiste em tomar empréstimos em países de taxas baixas (como os EUA, por exemplo) e investir o dinheiro em mercados mais rentáveis, com o objetivo de lucrar com o diferencial do juros.