O surto que está afetando a cidade consiste em “velhas viroses”, e as medidas de prevenção adotadas seguem os hábitos adquiridos durante a pandemia.

Redação 25/04/2024

Conhecido como “Virose”, que tem sido amplamente mencionado pela população e causou um aumento nos atendimentos na rede de saúde de Campo Grande, engloba doenças “velhas conhecidas”, como gripe e covid. Em outras palavras, virose refere-se a qualquer doença causada por vírus. No entanto, popularmente, esse termo é utilizado quando o agente causador não é imediatamente identificado.

Em momentos críticos, a prevenção demanda a retomada de hábitos que foram deixados de lado, mas que se tornaram muito conhecidos durante a pandemia, como o uso de máscaras, a higienização das mãos, a ventilação dos ambientes através da abertura das janelas e a prática da etiqueta respiratória (evitando tossir na direção das pessoas).

Embora seja notável que o quadro esteja afetando muitos adultos, chamando a atenção, é importante ressaltar que crianças e idosos tendem a ser os mais impactados, o que é uma característica favorável aos vírus respiratórios: sua propagação fácil.

“Na verdade, isso acontece porque a suscetibilidade aos vírus respiratórios é muito alta. Eles podem permanecer no ar e nas superfícies. Quando uma pessoa espirra ou tosse, ela libera partículas virais no ar. Outras pessoas, ao respirarem, acabam inalando essas partículas e se infectando de forma mais fácil. No caso das crianças, seus sistemas imunológicos ainda estão em desenvolvimento, o que as torna mais suscetíveis. Já os idosos possuem sistemas imunológicos mais enfraquecidos. Isso aumenta a probabilidade de esses grupos sofrerem infecções graves. No entanto, isso não exclui os adultos de faixas etárias mais jovens”, afirma Marcelo Santana, presidente do SinMed-MS (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul).
O médico destaca que a covid, por exemplo, é uma virose que continuou circulando mesmo após o fim da pandemia. “Eu acredito que, no que diz respeito às doenças respiratórias, estejam circulando três vírus: influenza (gripe), tanto A quanto B, e o coronavírus. Estamos enfrentando um período de surto, com diversos vírus circulando. Normalmente, esses surtos são sazonais. Eles acontecem e, em seguida, o número de casos diminui”, diz Santana.

Em abril de 2023, a situação foi semelhante, com relatos de superlotação tanto na rede pública quanto na rede privada de Campo Grande, especialmente entre o final de março e o início de abril, com as crianças sendo as mais afetadas. Em 2021, o surto foi de gripe e ocorreu em um momento incomum: durante o verão, em pleno dezembro. O vírus havia sofrido uma mutação que não estava coberta pelas vacinas distribuídas no primeiro semestre de 2021, durante o outono e o inverno.

Diante do vai e vem dos vírus, a recomendação é aumentar a hidratação (beber água) e priorizar uma alimentação mais leve e balanceada ao apresentar sintomas. “Isso ajuda a fortalecer o organismo e a enfrentar melhor qualquer infecção”, diz Santana.

Em relação aos hábitos, durante esse período de maior incidência de casos, as medidas preventivas incluem evitar aglomerações, usar máscaras em locais com grande circulação de pessoas (como shoppings e transporte público) e manter a higiene.

“É importante não esquecer de higienizar as mãos regularmente. Outra medida bastante importante é garantir a ventilação dos ambientes. Se possível, manter as janelas abertas no local de trabalho para permitir a circulação do ar. Evitar tocar a boca, os olhos e o nariz. Durante esse período mais crítico, a população pode considerar o uso de máscaras no dia a dia para tentar evitar um aumento nos casos”, diz Santana.

Outro ponto crucial para conter as epidemias é manter a vacinação em dia.

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