O dólar comercial fechou em alta de 0,66% nesta terça-feira, 15 de abril de 2025, cotado a R$ 5,89
Redação 15/04/2025
Este movimento ocorre em meio a um cenário de crescente tensão nas relações comerciais globais.
O dólar encerrou a sessão desta terça-feira (data não especificada) em alta de 0,66%, cotado a R$ 5,8900, após atingir a máxima de R$ 5,9041 no início da tarde. O movimento refletiu a valorização global da moeda americana, em meio ao aumento da cautela dos investidores diante da escalada das tensões comerciais internacionais.
A falta de avanços nas negociações entre Estados Unidos e União Europeia, somada a uma nova retaliação da China, contribuiu para o ambiente de maior aversão ao risco. No início do dia, o dólar chegou a recuar, tocando a mínima de R$ 5,8340, mas inverteu a trajetória acompanhando o movimento internacional.
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, voltou a subir após semanas de queda, alcançando máxima de 100,276 pontos, sinalizando o fortalecimento da divisa americana.
Nos mercados de renda fixa, as taxas dos Treasuries recuaram, refletindo a busca por proteção. O movimento pode ter sido reforçado por compras táticas, após a forte desvalorização recente dos papéis. O chamado “tarifaço” do governo Trump havia gerado vendas expressivas desses ativos, com consequente aumento do prêmio de risco dos títulos americanos, além de temores de uma possível venda agressiva por parte da China.
Esse cenário mostra como tensões comerciais entre grandes potências, como EUA e China, podem ter efeitos globais profundos — e imediatos — especialmente em mercados emergentes. O movimento do dólar para cima reflete exatamente esse ambiente de incerteza: investidores buscam ativos considerados mais seguros, e isso pressiona moedas como o real.
A retaliação chinesa contra a Boeing é simbólica e estratégica. A Boeing não é só uma gigante da aviação — ela representa também empregos, exportações e influência global dos EUA. Ao atingir esse setor, a China sinaliza que pode escalar a disputa de forma impactante.
Trump, por outro lado, intensifica o discurso protecionista, tentando justificar as tarifas como forma de fortalecer a indústria nacional e aliviar a carga tributária interna. Isso agrada parte do eleitorado, mas preocupa mercados e parceiros comerciais.
O comentário da Casa Branca sobre 75 países buscando negociar tarifas sugere que há espaço para diplomacia, mas o clima é de tensão e imprevisibilidade.