Pacientes que tinham consultas agendadas no Centro de Especialidades Médicas (CEM) de Campo Grande se depararam com as portas fechadas e sem aviso prévio
Redação 17/04/2025
Mesmo com consultas marcadas, pacientes encontram CEM fechado em Campo Grande.
Pacientes com consultas agendadas para esta quinta-feira (17) foram surpreendidos ao encontrarem as portas fechadas do CEM (Centro Especializado Municipal), em Campo Grande. Muitos chegaram cedo, com guias em mãos, mas deram de cara com um aviso na entrada do prédio, informando o fechamento do local: “Devido ao feriado de Páscoa, não abriremos.”
A situação gerou revolta e frustração, principalmente entre aqueles que aguardavam atendimento há meses ou que vieram de bairros mais distantes e até de outros municípios.
Apesar do cartaz, muitos pacientes afirmam que não receberam nenhum aviso prévio sobre o cancelamento das consultas. “A gente se programa, perde dia de trabalho, enfrenta fila e, quando chega aqui, está fechado. Isso é um descaso”, reclamou uma paciente que preferiu não se identificar.
A Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) informou anteriormente que os atendimentos estariam suspensos nos dias 17, 18 e 21 de abril, devido ao ponto facultativo e aos feriados da Páscoa e de Tiradentes. No entanto, a comunicação com os pacientes parece não ter sido eficaz, já que muitos alegam não terem sido informados.
A orientação da Sesau é que os pacientes procurem a unidade a partir de terça-feira (22), para reagendar os atendimentos.
Pacientes do interior também foram prejudicados com fechamento do CEM em Campo Grande
O fechamento do Centro Especializado Municipal (CEM) nesta quinta-feira (17), por conta do feriado da Páscoa, gerou transtornos principalmente para pacientes vindos do interior do Estado. Cerca de 20 pessoas chegaram à Capital em transporte público oferecido pelas prefeituras de seus municípios, mas encontraram o local fechado, apesar de estarem com consultas previamente agendadas.
Entre elas, a dona de casa Cícera Bispo, de 56 anos, que viajou mais de 100 quilômetros desde Corguinho, relatou frustração ao não conseguir atendimento com o reumatologista. “Foi muito cansativo, acordei de madrugada, enfrentei estrada ruim, e chego aqui para ver que está fechado. Ninguém avisou nada”, desabafou.
A falta de aviso sobre o fechamento do Centro Especializado Municipal (CEM) em Campo Grande, nesta quinta-feira (17), deixou muitos pacientes do interior do Estado em situação de frustração e desamparo. Pacientes que saíram de cidades distantes, como Corguinho (100 km) e Rio Verde (207 km), se viram com consultas canceladas ao chegarem ao local, depois de longas viagens e sacrifícios pessoais.
Cícera Bispo, de Corguinho, foi uma das que enfrentou a situação. “Ontem recebi a ligação da Secretaria confirmando a consulta, e hoje o carro da Prefeitura me trouxe. Sai de casa às 4h da manhã. Isso é revoltante, um descaso com o ser humano”, desabafou, referindo-se ao atendimento que iria ser realizado com o reumatologista.
Da mesma forma, Ailson Fernandes, de Rio Verde, fez uma jornada exaustiva para uma consulta que aguardava há um ano e meio. “Saí de casa 1h da manhã e cheguei aqui para descobrir que o local está fechado. Chego em um lugar cheio de idosos, pessoas com problemas de saúde, e isso é um desprezo muito grande com a gente”, afirmou o radialista de 55 anos.
O aposentado José Brites, de 65 anos, estava acompanhando seu neto autista de 12 anos, que tem epilepsia e aguardava há 9 meses por uma consulta psiquiátrica. “Ele tem convulsões frequentes e, sem os remédios adequados, não sabemos se ele está piorando ou melhorando. Essa situação é ainda mais difícil para quem tem alguém com necessidades especiais”, disse José, visivelmente preocupado com o filho.
Esses relatos mostram o descaso e a falta de comunicação que prejudicaram não apenas os pacientes, mas também seus familiares, que dedicaram tempo e esforço para garantir os atendimentos médicos essenciais.
A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Campo Grande para obter esclarecimentos sobre o fechamento do Centro Especializado Municipal (CEM) e os transtornos causados aos pacientes que viajaram de municípios do interior, mas até o momento da publicação, não obteve resposta.