A Polícia Federal (PF) tem intensificado investigações sobre esquemas de fraudes envolvendo o (FGTS), com prejuízos que podem ultrapassar R$ 2 bilhões

Redação 20/04/2025

Esse tipo de crime é especialmente cruel porque atinge diretamente pessoas em situação de maior vulnerabilidade — aquelas que dependem de auxílios governamentais ou de recursos emergenciais como o FGTS e o seguro-desemprego para sobreviver. O fato de envolver funcionários da própria Caixa Econômica torna tudo ainda mais grave, porque há uma quebra de confiança dentro da instituição que deveria proteger esses cidadãos.

O uso do app Caixa Tem como ferramenta para os golpes mostra também como os criminosos estão se adaptando às tecnologias e explorando brechas nos sistemas digitais. E o deboche com o dinheiro das vítimas é um retrato da desumanização que existe nesse tipo de esquema: é como se essas pessoas não fossem vistas como seres humanos, mas como alvos.

Além da sofisticação digital, há um nível altíssimo de articulação interna e corrupção sistêmica. O uso de dados vazados na internet — algo cada vez mais comum — combinado com o acesso privilegiado de servidores públicos transforma o golpe em uma engrenagem quase perfeita de fraude e exploração.

A figura do “Careca” como chefe da quadrilha dá um rosto ao esquema e mostra como ele era organizado a ponto de manter operações em escala nacional. Mesmo após serem presos, o fato de terem respondido em liberdade permitiu a continuidade das investigações que desnudaram o funcionamento interno do esquema — e isso só foi possível graças ao conteúdo revelado no notebook apreendido.

A parte mais chocante talvez seja o envolvimento direto de funcionários da Caixa, que não só facilitavam o acesso aos dados, mas também participavam ativamente das movimentações — como sacar dinheiro no caixa por ordem dos criminosos. É corrupção direta, concreta, e que afeta milhares de brasileiros que dependem de benefícios sociais para comer, pagar contas e sobreviver.

Esse grupo conseguiam fazer novas senhas. Depois, faziam transferências, pagamentos e até saques. Como os valores eram baixos, repetiam o golpe muitas vezes por dia, usando softwares que simulam celulares para acessar várias contas ao mesmo tempo. A Polícia Federal tem combatido esse tipo de fraude e, recentemente.

O delegado da Polícia Federal no Rio de Janeiro, Pedro Bloomfield Gama Silva, destacando a importância do fortalecimento dos setores antifraude nas instituições bancárias — especialmente na Caixa Econômica Federal — para o combate eficaz às fraudes. Ele menciona que esses setores têm a capacidade de identificar irregularidades de forma online e imediata, e que estão sendo implementados novos sistemas baseados em biometria e inteligência artificial com foco em monitoramento preditivo, o que ajudaria a reduzir a ocorrência de fraudes ao mínimo possível.

  • Prejuízo aos Beneficiários: A Caixa reconheceu que criminosos conseguiram desviar cerca de R$ 2 bilhões nos últimos cinco anos, atingindo diretamente pessoas que recebem benefícios sociais.
  • Ressarcimento: Segundo o banco, todo o valor foi devolvido às vítimas.
  • Orientações às Vítimas: Quem foi lesado pode buscar atendimento:
    • Presencialmente, em qualquer agência da Caixa;
    • Pelo telefone 0800 726 0101 (atendimento ao consumidor).
  • Impunidade Parcial: Apesar da gravidade, muitos criminosos permanecem em liberdade. A Polícia Federal afirma que os envolvidos estão respondendo aos processos em liberdade.
  • Responsabilização Interna: A Caixa informou que os funcionários envolvidos nos esquemas foram demitidos.

 

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