Bolsonaro admite que fraudes no INSS podem ter começado em seu governo, mas diz que “explodiram” na gestão Lula

Redação 15/05/2025

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) admitiu nesta quarta-feira (14) a possibilidade de que o esquema de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) tenha se iniciado durante seu mandato, entre 2019 e 2022. No entanto, ressaltou que as irregularidades ganharam maior proporção sob o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

As declarações foram dadas em entrevista ao portal UOL, em meio à repercussão da Operação Sem Desconto, da Polícia Federal, que investiga um esquema de descontos indevidos aplicados a aposentados e pensionistas. O prejuízo estimado ultrapassa R$ 6,3 bilhões no período de 2019 a 2024.

“É possível e vai ser investigado. Se, porventura, alguém do meu governo fez algo de errado, pague. E ponto final”, disse Bolsonaro. O ex-presidente também manifestou apoio à criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar o caso. “Nós da direita assinamos. PT, PSOL, PDT, ninguém assinou a CPMI. Vamos investigar”, completou.

Embora tenha reconhecido a dificuldade de zerar completamente a corrupção em qualquer gestão, Bolsonaro afirmou que o esquema “explodiu” no atual governo. “É como zero absoluto, não tem como chegar lá. Tem que investigar. Agora, explodiu no governo do Lula”, criticou.

O requerimento para a criação da CPMI foi protocolado no Congresso Nacional em 12 de maio, com o apoio de 223 deputados e 36 senadores, a maioria ligada ao Centrão e ao PL.

Segundo a Polícia Federal, o esquema consistia na realização de descontos não autorizados em benefícios do INSS, promovidos por entidades de classe por meio de acordos de cooperação técnica firmados com o instituto. Os beneficiários, em muitos casos, sequer tinham conhecimento das cobranças.

 

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