O dólar comercial encerrou esta segunda-feira, 28 de abril de 2025, em queda de 0,70%, cotado a R$ 5,64— o menor valor de fechamento desde 3 de abril
Redação 28/04/2025
O dólar à vista encerrou esta segunda-feira, 28, com baixa de 0,70%, cotado a R$ 5,6480, após atingir a mínima de R$ 5,6470. Esse é o menor valor de fechamento desde 3 de abril, logo após o tarifaço anunciado por Donald Trump. Com isso, a moeda acumula queda de 4,11% nos últimos sete pregões e perdas de 8,1% no acumulado do ano.
Apesar do cenário global de aversão ao risco, com a ausência de avanços nas negociações comerciais entre Estados Unidos e China, o real se fortaleceu, diferentemente de seus principais pares latino-americanos, como o peso mexicano e o peso chileno.
O movimento foi impulsionado por fluxo pontual de capital externo para bolsa e renda fixa, além da perspectiva de manutenção da política monetária brasileira em patamar contracionista. O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, reiterou o desconforto da instituição com as expectativas de inflação e indicou que o atual nível da Selic pode ainda não ser suficientemente restritivo, sinalizando possível nova alta dos juros em maio.
No cenário internacional, o índice DXY — que mede o comportamento do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes — recuou e voltou a romper o piso de 99,900 pontos. Em abril, o DXY acumula queda superior a 5%, refletindo a perda de força global da moeda americana diante das incertezas sobre a política econômica dos EUA e o comportamento errático do ex-presidente Donald Trump.
Segundo Leonardo Monoli, diretor de investimentos da Azimut Wealth Management, investidores vêm realocando recursos para outras geografias em busca de alternativas aos Estados Unidos, favorecendo tanto moedas desenvolvidas como o iene e o euro, quanto emergentes como o real. Ainda assim, Monoli alerta que, apesar da valorização recente, moedas emergentes permanecem vulneráveis a episódios de aversão ao risco no mercado externo.
As tensões comerciais entre EUA e China seguem no radar. Enquanto o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, se mostrou otimista com acordos envolvendo Japão e Coreia do Sul, destacou a complexidade das negociações com Pequim. Do lado chinês, o governo afirmou que não houve diálogo recente entre Xi Jinping e Trump e criticou a postura americana, cobrando o fim das ameaças.
Internamente, o tom mais firme do presidente do BC em relação ao combate à inflação contrastou com declarações anteriores mais moderadas de outros diretores, o que contribuiu para o fortalecimento do real.