Uma auditoria da (CGU) revelou um esquema de fraudes no (INSS) que afetou gravemente indígenas isolados, idosos, pessoas com doenças graves e com deficiência

Redação 29/04/2025

Uma auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) revelou que indígenas isolados, idosos e pessoas com doenças graves foram vítimas de fraudes em descontos indevidos em seus benefícios previdenciários. Os casos foram descobertos após entrevistas realizadas com 1.273 beneficiários do INSS, em todos os 27 Estados e no Distrito Federal. Segundo a CGU, 97,6% dos entrevistados afirmaram não ter autorizado os abatimentos em seus contracheques.

Os beneficiários do INSS podem aderir a associações civis e sindicatos, autorizando descontos mensais para cobrir custos de filiação. No entanto, para que isso ocorra legalmente, é necessária uma autorização “prévia, pessoal e específica” e as entidades precisam estar habilitadas junto ao INSS. Parte dos aposentados só tomou conhecimento dos descontos durante as entrevistas da auditoria.

A Polícia Federal afirmou que a auditoria revela um “cenário de incongruências” e investiga se idosos foram induzidos a assinar autorizações de desconto sem saber a verdadeira finalidade ou até se assinaturas foram forjadas.

As suspeitas são apuradas na Operação Sem Desconto, que aponta a participação de servidores do INSS, acusados de vender dados de aposentados e pensionistas em troca de propinas, facilitando os descontos irregulares diretamente nos contracheques. O prejuízo causado pelo esquema é estimado em R$ 6,3 bilhões.

Em meio à pressão, o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, pediu demissão após ser afastado do cargo por ordem judicial.

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