O dólar subiu para R$ 5,14 um dia após a divisão no Comitê de Política Monetária (Copom).

Redação 09/05/2024

Um dia após a divisão no Comitê de Política Monetária sobre o ritmo de cortes na Taxa Selic, o mercado financeiro enfrentou uma sessão de instabilidade. O dólar teve uma forte alta, enquanto a bolsa caiu devido à redução no ritmo da queda de juros.

O dólar comercial fechou esta quinta-feira (9) sendo vendido a R$ 5,142, com um aumento de R$ 0,075 (+1,01%). A cotação começou o dia em alta e operou acima de R$ 5,15 durante grande parte da sessão, antes de diminuir a velocidade perto do fim das negociações. No ponto mais alto do dia, por volta das 11h, chegou a R$ 5,17.

Apesar da alta de hoje, a moeda norte-americana acumula uma queda de 0,95% em maio. No ano de 2024, a divisa registra uma valorização de 5,96%.

No mercado de ações, o dia foi turbulento, com o índice Ibovespa fechando em 128.188 pontos, registrando uma queda de 1%. As ações mais afetadas foram aquelas dos setores ligados ao consumo, como varejistas e companhias aéreas, além das instituições bancárias.

Apesar de um dia relativamente calmo nos mercados internacionais, fatores domésticos influenciaram o mercado financeiro. Em relação ao câmbio, a reunião dividida no Copom, que resultou em um corte de 0,25 ponto percentual na Selic por 5 votos a 4, não foi bem recebida pelos investidores.

Há preocupações no mercado financeiro de que o Banco Central seja mais flexível no combate à inflação, especialmente após os quatro diretores indicados pelo atual governo votarem pela redução de 0,5 ponto percentual. Além disso, o mandato do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, indicado pelo governo anterior e responsável por desempatar a votação para o corte de 0,25 ponto, termina no final do ano.


A redução no ritmo de cortes, por outro lado, prejudicou a bolsa de valores. Isso ocorre porque os investidores tendem a aproveitar a menor velocidade na queda dos juros para retirar dinheiro do mercado de ações e aplicar em renda fixa, que oferece menos riscos. Após seis cortes seguidos de 0,5 ponto na Taxa Selic, o Copom cortou apenas 0,25 ponto na reunião de quarta-feira (8).

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