O Ibovespa voltou aos 129 mil pontos após o atentado contra Donald Trump. Em consequência do evento, o dólar subiu para R$ 5,44, refletindo a instabilidade nos mercados financeiros
Redação 15/07/2024
O Ibovespa fechou o pregão desta segunda-feira (15) com sua 11ª alta seguida, beneficiado pelo avanço dos futuros dos índices de ações dos EUA e pela leve queda nos preços do petróleo no mercado internacional.
O principal índice da bolsa paulista avançou 0,33% neste pregão, fechando em 129.320,96 pontos.
O dólar também encerrou o dia em alta frente ao real, marcando o início de uma semana em que os mercados globais avaliam as implicações da tentativa de assassinato do candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, ocorrida no fim de semana, para o resultado da eleição norte-americana e os ativos financeiros.
A moeda norte-americana terminou o dia com valorização de 0,26%, cotada a R$ 5,4448. Na sexta-feira (12), o dólar à vista havia fechado a R$ 5,4308 na venda, com uma queda de 0,2%.
Após o ataque, os investidores aumentaram as apostas em uma vitória de Trump na disputa presidencial. Essa expectativa inicialmente fortaleceu o dólar, pois os investidores calcularam que um novo mandato do republicano levaria a uma política fiscal mais frouxa e à implementação de tarifas comerciais adicionais.
“Exterior tende a ditar o câmbio nessa semana”, afirmou Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital. “Em relação ao atentado, o reflexo projetado pelo mercado é que, diante do ocorrido, aumentam naturalmente as chances de vitória de Trump, o que eleva um pouco o risco fiscal”, acrescentou.
No cenário nacional, especialistas consultados pelo Banco Central em sua pesquisa Focus reduziram a expectativa para a alta do IPCA ao término deste ano, após nove semanas consecutivas de aumentos nas projeções. O índice de preços ao consumidor agora é visto fechando o ano com alta de 4%, ante 4,02% na semana anterior. Para 2025, no entanto, houve aumento da expectativa do IPCA, de 3,88% para 3,9%.
Os analistas também elevaram a projeção para a taxa de câmbio ao fim deste ano, agora em R$ 5,22, em comparação com R$ 5,20 na semana anterior. As expectativas para a divisa norte-americana têm subido em meio ao aumento das preocupações do mercado com o ajuste das contas públicas brasileiras e com a política monetária local, o que levou o dólar a tocar R$ 5,70 há duas semanas.